sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Dia de Domingo

Dia de domingo, missa na paróquia de Nossa Senhora de Guadalupe, os fieis estavam sentados esperando assim a missa começar. O padre faz a iniciação com o sinal da cruz, acolhe os fieis que ali estão e segui. Não parecia ser uma missa comum, gotículas de suor, borrifavam o padre e os respingos de suor escorriam, um frio, a mão estava gelada, os olhos estavam brilhando e ficando vermelhos e lagrimas começavam a descer. A Batina ganhava liquido de suor, sendo transpirado pelo corpo do padre, as mãos estavam suando, ele estava nervoso, por alguma coisa que lhe tirava a atenção da sua missa, as palavras, pareciam estarem engasgadas e tremulas.

Terceiro banco, em frente ao presbitério, ali estava o motivo de tanta agonia, uma mulher, cabelos castanhos claros, olhos fixos no altar, e sorriso que parecia gostar daquilo que estava ouvindo, as sobrancelhas levantavam como se não entendesse o porquê de tanto engasgo do padre, a mulher se inquieta, com o olhar lançado, tenta se ajeitar no banco, e a cada tentativa de seu auto socorro o olhar não parava de ser lançado. O padre sentiu, que o olhar daquela moça, estava começando a ser voltado para ele, os pés sacolejavam, e as mãos que segurava o microfone estavam tremulas.

À medida que falava, lembrara daquela mulher do terceiro banco, seu sorriso parecia para ele um presente precioso, um diamante, seu desejo era de tocar aquele sorriso, e beija aqueles lábios vermelhos, que desde sua ida ao seminário nunca mais tinha visto, a última vista nela foi quando a entregou uma carta, a carta de admissão ao seminário e a carta de mudança de sua vida. A decisão que tinha tomado definiria seu rumo e a ausência daquela mulher que tanto amou da qual ainda chegara a pedir em noivado.

Não havia ritmo de missa comum, porém, mediante seguia com a missa, sentia o coração saltitar, em ritmos rápidos, como se fosse sair pela boca, ministrar a missa naquela situação não parecia tão fácil, o movimentar desgovernado do olhar parecia que as letras do missal eram gregas, na sua mente não eram sinos que soava com badalos de sons suaves, mas uma matraca de semana santa, que trincava no seu ouvido toda vez que observava a moça do terceiro banco, os pelos espetavam dos pés a cabeça e um som no fundo da consciência, pesava, parecendo alfinetes perfurando sua pele. Ele sabia que por detrás desse sentimento que neste momento renascera, sua vida estava traçada e estruturada na Igreja e não poderia desfazer com tanto veracidade, “E se aquilo for só ilusão? Será que o amor voltou?”. Ele teria que por a cabeça no lugar e pensar que estando nessa situação é difícil, mas sua promessa vale mais.

Após terminar suas palavras, sentou-se, neste sentar ele sentia que o coração estava acalmando aos poucos e a mente também, e de certa forma não viria por um tempo curto àquela mulher, mas, algo chamava sua atenção. Era um cheiro de fragrância Alecrim, cheiro familiar, que penetrava pela narina e fazia o percurso até tocar-lhe alma, ele sentiu-se inquieto erguendo seu pescoço, e com um leve sorriso, descobrira da onde vinha aquele cheiro.

A moça, que estava com a atenção voltada para o leitor, esquivava sua sobrancelha à cada medida que o mesmo olhava e sorria.Ele, mesmo sabendo que poderia ser ilusão, arriscar no mínimo uma conversa não afetaria em nada e dava a ti uma calmaria, nem que seja para sentir novamente o abraços daquela que sempre amou.

Quando as leituras terminaram, chegara sua vez, levantou, suspirou e foi até o ambão que ficava a frente do terceiro banco, ainda olhando para ela, mas não mais com o coração palpitando com veracidade, começou o seu sermão e a medida que falava, lembrara em Si, os momentos que passaram juntos e um dos muitos, foi mais importante. O pedido de noivado. Em um momento de respiração recordou, que quando chegou à casa dos pais dela, tremia, e não conseguia falar, o pai dela, ex tenente do exercito, traria para ele um estereótipo de que o deixava feito criança quando leva bronca, bem quietinho, no sofá da sala, esperando a moça descer e com as mãos juntas entre as pernas, para não demonstrar nenhum tipo de nervosismo. Impossível. Seus lábios tremiam, suas pernas faziam movimento de dentro para fora, os pés de baixo para cima de forma rápida. Cada minuto para ele eram horas, um barulho na escada, e cada vez mais se aproximando, e o olhar dele regalou, o pescoço retorceu, ela descia da escada, vestido vermelho e longo, que tocava as canelas, um penteado de rabo de cavalo e um sorriso que acalmou o coração dele, enfim, ela chegou.

O olhar dos dois, não parecia está triste e sim era um olhar de convecção de que iam casar e viver, “até que Deus ou a morte os separem”. Destino não quis e uma simples carta assim desfez, toda convicção.

Ele piscou o olho como se saísse do instante de êxtase e retornou suas palavras ao sermão, suspirou, balançou a cabeça, deu uma leve risada, respirou para assim tomar fôlego, e retomou suas palavras para os fieis.

Um comentário:

  1. O mundo nem sempre nos coloca na direção exata, mas nos ensina que tudo passa, menos o amor. A vida sempre é cheia de surpresa; umas boas que suavisa a dor da alma, que nos fazem pensar, sonhar numa probabilidade extraordinaria...outras que nos lembram o calor ardido de um dia sofrido. Assim VIVEMOS a vida. PORÉM, nem todos podem dizer o significador de tais acontecimentos, pois, somente a experiência pode testemunhar algo que simplesmente ouvimos falar. Há momentos, que parece estar bem definido ou acabado, mas direpente ressuscitam os sentimentos... e os sonhos voltam a dar um novo sentido as coisas

    Marx,

    Há uma longa hitória pela frente que deve ser contada por você, ou seja, você tem uma missão para desempenhar...

    Fique certo que, as pegadas que deixa com o coração, a alma vive as consequencias.

    Parabéns!

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